Los Toperas

Jornalismo, videogames e seres abjetos

18 abril 2006

[histórico] Pequenos relatos de viagens imaginárias


Quando eu falo que não existe nada mais interessante do que pessoas com idéias interessantes, acho que a melhor ilustração para isso é a The Escapist. Eu sentei para escrever algo sobre a nova EGM e como é um porre ver as nossas idéias aparecendo em outros lugares, mas por causa do post anterior do Cláudio eu topei com este artigo, que por sua vez me levou a ler um inspirado manifesto sobre o Novo Jornalismo de Games, escrito em 2004.

Não concordo com tudo o que o autor escreve, mas essa não é a questão. O mais gratificante disso é ver que existe, sim, gente pensando seriamente sobre isso, sobre como mudar, como fazer melhor.

A primeira metade do artigo condensa algumas das nossa idéias, como a de que a web torna obsoleta a cobertura de "serviços" numa revista. E de que é possível fazer jornalismo de games fugindo desse modelo atual dominante, que descarta a possibilidade de uma escrita de qualidade de tal maneira que o público simplesmente se acostuma a não exigir isso da revista que compra todo mês.

A segunda metade traz o manifesto pelo "New Games Journalism" per se, e ele é de fato inspirador. Recomendo a leitura integral no link http://www.alwaysblack.com/blackbox/ngj.html

Novamente, isso não significa que devemos adotar esse ou qualquer modelo. Acho que não queremos mudar o mundo aqui, certo? O que importa é que nós estamos tentando criar o nosso novo jornalismo de games, os nossos pequenos relatos de viagens imaginárias. Uma revista para a qual, depois de impressa, depois de todo o suor e lágrimas derramados, a gente possa olhar e dizer "é, não ficou nada mal".


* * *

If Games Journalism is just a job to you, you really shouldn’t be doing it. The word should be “vocation”.


(...)

New Games Journalism (...) argues that the worth of a videogame lies not in the game, but in the gamer. What a gamer feels and thinks as this alien construct takes over all their sensory inputs is what’s interesting here, not just the mechanics of how it got there. Games have always been digital hallucinogens – but games journalism has been like chemistry, discussing the binding reactions to brain sites. What I’m suggesting says what it feels like as the chemical kicks in and reality is remixed around you.

(...)

While rewarding in itself, this form is interesting in that it fills a space in a traditional games magazine set-up. A game will be covered hugely in advance of its release, with an array of previews, first-plays, interviews before the orgasm of the review… where after the game may never, ever be mentioned again. No other pop-form disregards its subject with such alacrity.

(...)

The phrasing in the last line brings me to the second half of New Games Journalism’s dogma. “What it *felt* like to be there when it happened”. In videogames there is no “there”. (...) It’s all happening inside your head, induced by how the sound and light you’re bombarded with alters depending upon your whim and inclination. You’re experiencing something that simply doesn’t exist. This is the games-form’s own peculiar magic, and what we have to explain

(...)

This makes us Travel Journalists to Imaginary places.

(...)